Combustíveis fósseis. Emissões de carbono a caminho de novo máximo

Vão aumentar as emissões de CO₂ da Índia, dos Estados Unidos e da União Europeia. A aviação é uma das culpadas, diz o relatório da Global Carbon Project apresentado na COP30.

Rita Fernandes - Antena 1 /
Foto: Jim Lo Scalzo - EPA

As emissões globais de carbono ligadas aos combustíveis fósseis - carvão, petróleo e gás natural - vão aumentar 1,1% este ano. Pode parecer pouco, mas representa um crescimento mais rápido do que a média anual dos últimos dez anos. Está, por isso, cada vez mais curta a margem para cumprir o Acordo de Paris e evitar que o planeta aqueça mais do que 1,5 graus até ao ano de 2100.

Vão aumentar as emissões de CO₂ da Índia, dos Estados Unidos e da União Europeia. Só a aviação deve aumentar as emissões em 6,8%, ultrapassando os níveis anteriores à época da COVID-19, é o que diz o relatório lançado na COP30, a cimeira mundial do clima que está a acontecer em Belém do Pará, no Brasil, às portas da Amazónia.

O relatório é feito pela Global Carbon Project, uma iniciativa internacional que reúne centenas de cientistas e que faz parte de vários programas de investigação patrocinados pela ONU. As conclusões do Global Carbon Project são referência científica para decisões políticas e para os relatórios do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas da ONU.

O relatório deste ano – publicado juntamente com um novo artigo na revista científica Nature – analisa o impacto das alterações climáticas nos chamados "reservatórios de carbono" terrestres e oceânicos. O estudo conclui que 8% do aumento da concentração de CO₂ na atmosfera desde 1960 se deve ao enfraquecimento destes armazenadores causado pelas alterações climáticas. Há florestas tropicais do Sudeste Asiático e da América do Sul que se tornaram fontes de emissões de carbono, quando antes absorviam CO₂.
PUB